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Os portugueses Cruzeiro Seixas, João Rasteiro, Luiz Morgadinho, Miguel de Carvalho e Pedro Prata, , representam Portugal em várias exposições, do Surrealismo Internacional na Republica Checa

Nous Sommes Tous Crées Par L'Amour

Nous Sommes Tous Crées Par L'Amour
Cartaz da exposição de surrealismo dedicada ao erotismo em Prostějov (República Checa), onde participo com 4 trabalhos da Série 'Aldeia' - preto & branco. Esta exposição vai percorrer 7 cidades ao longo do ano. Participam para além de mim, Luiz Morgadinho, os companheiros Miguel de Carvalho, Pedro Prata, entre outros.

em Oliveira do Hospital

i-Mur@l Casa das Artes de Arcos de Vadevez

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i-Mur@l, com Vitor Zapa e Mutes Peintor

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A ONTOGÉNESE DO QUOTIDIANO

“Viver e deixar viver são decisões da imaginação. A existência está algures noutro lado. Tudo nos leva a crer que há um determinado ponto no campo espiritual em que a vida e a morte, a imaginação e a realidade, o comunicável e o incomunicável deixam de encarar-se como contradições.”

(André Breton, “Le Surréalisme et la peinture”)

Muito se tem escrito, ao longo de quase um século de existência, sobre a tremenda revolução cultural que foi o surrealismo. O seu traço essencial – a tensão exasperada e frenética – percorre todo o contexto estético e cultural estilhaçando todas as formas de expressão conhecidas e obrigando-nos a uma mudança radical do ponto de vista. E fá-lo de uma forma assustadoramente provocante. Não lhe interessando em princípio a produção de qualquer arte, é a revolução absoluta, permanente o seu objetivo – o caos. Aprofundando o “mistério da vida”, herança, segundo Baudelaire, de Vitor Hugo e do Romantismo, os surrealistas vão mais longe ao buscar uma obscuridade reveladora de um outro universo. O seu objetivo é desnaturalizar o mundo, torna-lo estranho, para que, contraditoriamente, se possa tornar novamente conhecido. Estabelece-se uma correspondência entre as desordens preparadas do espírito e as metamorfoses e revelações do mundo. O mundo vem ao encontro do mistério, cede ao seu apelo. “O próprio mundo real transforma as suas estruturas, quebra as barreiras entre o subjetivo e o objetivo, abole todas as suas antinomias, realiza essa total revolução a que aspira uma alma de fogo, ela mesma fogo universal”, como afirma Jean Cassou. Não estranha, pois, que vejamos o surrealismo deitar mão da poesia, das descobertas freudianas, das revelações hermetistas e dos místicos, dos ritos primitivos e dos mitos – “o que de mais próximo temos para conceptualizar o que não é conceptualizável – o infinito”, no dizer de Deepak Chopra.

É na pureza desta raiz profunda que entronca a pintura de Luiz Morgadinho. Uma pintura que nos fascina desde o primeiro olhar pela limpidez de conceitos e pela fidelidade absoluta ao ideário de Breton. Expliquemo-nos:

Para o pintor comum, o objeto a pintar torna-se objeto de pintura, ou seja, perde a sua qualidade intrínseca para se transformar num composto de linhas, cores, proporções, sombras e luzes – e isto concentra todas as intenções do pintor. Mas o pintor surrealista não tem que chegar a esta instância. Para ele, o objeto continua a ser objeto do mundo exterior. E é este mundo exterior que o pintor surrealista ataca, para nele provocar a desordem e o caos, fazendo daí surgir mistério e surpresa, no dizer do citado Jean Cassou. A sua operação consiste em reunir essa imagética do quotidiano de maneira desconcertante, desalojando as imagens exteriores do lugar que habitualmente ocupam. Com isto constrói uma imagem desarmónica surpreendente onde o mundo exterior já não se reconhece, imagem, metáfora ou como quisermos designar feita do choque não de sinais plásticos mas de imagens extraídas em estado bruto ao seu ambiente natural. Com este jogo fantástico, esquiva-se o pintor de enfrentar a realidade, destruindo-a ao invés de a representar. Como afirmou Lhote: “pode ser tão agradável lutar com a realidade como desprezá-la, usar de astúcias infinitas para se furtar aos seus golpes como fugir dela”…

É neste paradoxo essencial que assenta a pintura de Luiz Morgadinho. Poucos terão interiorizado a mensagem de Breton como este artista. A estranha lucidez do seu olhar crítico e satírico, que numa primeira análise parece perpassado de intenção política – desimagine-se o observador e o próprio artista se assim o pensa – resulta da mais profunda coerência do absurdo. A este pintor se poderiam aplicar as palavras de Alfred Kubin: “Pertenço ao número daqueles bichos estranhos que acreditam que sonhamos permanentemente e não só a dormir. O que acontece é que o sonho, quando se está acordado, é na maior parte das vezes ofuscado pelo deslumbrante clarão do entendimento.”

Luiz Morgadinho parece gritar, com a sua obra, o desconcertante slogan surrealista: “Há que acabar com a beleza, com a honrada arte, último resultado da lógica! Ao diabo com a lógica! A arte é uma estupidez!...”

Bem longe de certos pseudo-surrealismos soft contemporâneos, a obra de Luiz Morgadinho impõe-se pela coerência estética e filosófica. Como último reduto da verdade, as suas pinturas congregam uma visão assustadoramente real, nesta ontogénese do quotidiano. Não parecerá contraditório afirmá-lo? Talvez não: nunca como hoje a nossa sociedade apresentou um grau de absurdo tão evidente. Senão vejamos: é do “Segundo Manifesto do Surrealismo”, de Breton, publicado em 1930, que retiramos o seguinte texto: “O ato surrealista mais simples consiste em sair para a rua com um revolver e disparar ao acaso sobre a multidão…” Não nos parece isto demasiado familiar nos tempos que correm?...

… É desta lucidez que falamos, quando falamos da pintura de Luiz Morgadinho!...

Findas as palavras, a obra permanece, irredutível, lúcida, bela, provocante…

…Deleitemo-nos!...

Guimarães, Junho de 2012

Alberto D’Assumpção

Surrealismo. Leya na Barata. MircroArteGaleria

Surrealismo. Leya na Barata. MircroArteGaleria
António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas, Luiz Morgadinho, Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria, Mena Brito, Pedro Palrão, Raul Perez

Surrealismo

Surrealismo
António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas, Luiz Morgadinho, Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria, Mena Brito, Pedro Palrão e Raul Perez. Livraria Barata - MicroArteGaleria

Exposição- A História e o Corpo

Exposição- A História e o Corpo
Artistas participantes: - Adriana Matos - Alberto Assumpção - Alexandre Magno - Ana carvalhal - Belarmino Morgadinho - Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism - Carlos Godinho - Celeste Tavares Alves - Claudine Rodrigues - Dora Tracana - Fernando Saraiva - Francisco Nolasco - Henrique do Vale - Iliana Menaia - Irene Gomes - José Gomez - José Marques - Luiz Morgadinho - Miguel de Carvalho - Pedro Prata - Raquel Rocha - Ricardo Cardoso - Rick lina - Rui Gouveia - Seixas Peixoto - Sérgio Reis - Sílvia Marieta - Virgínia Pinto

Ciclo da Vida by Luiz Morgadinho

Ciclo da Vida by Luiz Morgadinho

O Povo Que Se Afogue by Luiz Morgadinho

O Povo Que Se Afogue by Luiz Morgadinho
Acrílico s/Tela. 2011

Os Eleitos de Loulé São de Olhão by Luiz Morgadinho

Os Eleitos de Loulé São de Olhão by Luiz Morgadinho
Acrílico s/tela. 2011

Luz incendiada

é tempo de libertar as imagens e as palavras das minas do sonho a que descemos mineiros sonâmbulos da imaginação

(Tempo de Fantasmas, A. O’Neill, 1951)

Luiz Morgadinho pinta o que denuncia, o que quer combater. Pinta o que ele não é, esclarecendo suficientemente a verdadeira identidade do que quer combater. Recorro a uma imagem arrabalesca para o definir: “ tal como existem arquitectos edificadores de cidades, existem também arcanjos edificadores de bosques e outros lugares poéticos ”. Morgadinho é um desses arcanjos, um poeta da imagem que se aproxima subtilmente da crítica social e política, questionando a pertinência e a capacidade simbólica da vida tradicional, desfigurando profundamente os seus clichés e as suas convenções. É um criador que “imprime” na sua obra um diálogo com uma estética de descontinuidades e de rupturas recorrendo aos artífices das técnicas plásticas em que é mestre. O princípio supremo da sua intenção artística é o choque dos receptores , leitores da sua imagem plástica. Ele visa a subversão perante as formas instituidas, lutando contra a tradição e contra o conformismo da cultura burguesa. Com efeito, utiliza o Humor Negro - “disciplina” recorrente e tão querida entre os surrealistas - como a sua principal ferramenta e como revolta superior do espírito, ultrapassando a intencionalidade satírica e moralizadora. Um humor sinónimo de denúncia, revolta e libertação. Mas refiro-me também aqui a uma subversão particular: a do sistema artístico em que a arte é vista uma mercadoria.

Entendo que em Morgadinho, a pintura é uma missão social. Sem pretensão alguma uma justificação de encontros, de formas e de imagens, entendo que o seu homónimo na literatura é Mário Henrique Leiria. Embora distanciados em cerca de quarenta anos com uma imagética verbal muito actual (aliás ad eternum), as raízes pictóricas de Morgadinho parecem encontrar-se nas mesmas origens e convertem em novidade as imagens leirinianas, ou seja, um renovar órfico das tradições, devorando e renascendo em si mesmas, como constantes limitações ilimitadas do Homem.

miguel de carvalho

cabo mondego, 24 de junho de 2011

Mutações Genéticas By Luiz Morgadinho

Mutações Genéticas By Luiz Morgadinho
Acrílico s/tela 50x70. 2011

“Luiz Morgadinho, na sua obra criativa, utiliza técnicas de pintura convencionais para nos mostrar mais caminhos de comunicação, alargar as janelas e corredores do gosto artístico tradicional, ao mesmo tempo que desafia o acomodado entendimento da realidade. Servindo-se de um dos métodos preferidos dos surrealistas, o ilusionismo fotográfico, e guiado pelo princípio da imaginação como motor da criação, constrói malabarismos filosóficos para desmascarar as incongruências do nosso tempo.”

Sérgio Reis

2009

Criação de Costeletas Para Grande by Luiz MorgadinhoSuperficie

Criação de Costeletas Para Grande by Luiz MorgadinhoSuperficie
Acrílico s/ tela


Entre os pesadelos de Siqueiros e os cenários oníricos de Dali, a pintura de Luiz Morgadinho reinventa a face do real, para lá do que vemos, no reverso do espelho.

A criatividade é para Morgadinho resistência contra a incompreensão, sentida quando sonhamos com paraísos, que afinal são inóspitos, porque vazios de significado, onde a escala humana se perdeu…

Embala-nos com a inquietude que denuncia o rumo sem nexo da cavalgada colectiva para o abismo, da cultura ocidental, dita democrática...

Luiz Morgadinho afirma-se como um caso sério no panorama das artes plásticas em Portugal. A sabedoria deste homem, alicerçada numa aprendizagem incessante, que lhe confere experiência e um saber fazer fulgurantes, exprime-se numa peculiar forma de partilhar o conhecimento: A sua singular Pintura, que podemos sintetizar como um desesperado Amor à Terra, aonde naturalmente voltaremos.

Luís Filipe Maçarico

Antropólogo e Poeta

2008

Por Mais Que Nos Decapitem. A verdadeira Memória Será Perpetuada by Luiz Morgadinho

Por Mais Que Nos Decapitem. A verdadeira Memória Será Perpetuada by Luiz Morgadinho
Acrílico s/tela. 54x74. 2011

Gois Arte "2011

Gois Arte "2011
Eu e minha obra, "na grande colmeia só alguns são os eleitos"

“Cabo Mondego Section of the Portuguese Surrealism”

“Cabo Mondego Section of the Portuguese Surrealism”
Luiz Morgadinho, Pedro Prata, Seixas Peixoto, Rik Lina, Miguel de Carvalho e João Rasteiro.

Orçamento de Estado by Luiz Morgadinho

Orçamento de Estado by Luiz Morgadinho
Acrílico s/tela 50x70. 2011

O Traficante by Luiz Morgadinho

O Traficante by Luiz Morgadinho
Acrílico s/tela. 50x70. 2011

Salina Rende-se à Industrialização by Luiz Morgadinho

Salina Rende-se à Industrialização by Luiz Morgadinho